Era sempre do mesmo jeito, sempre as
mesmas palavras, até pensamentos. Não sabia se era certo, se era errado ou algo
normal, mas coisas ocultas ocupavam as entrelinhas. Você sabia, não é? Pois
bem, eu também.
Era bom, apesar de “sem sal”. Gostava daquelas bobagens, você gostava. Aliás, você
amava. Ou ama, não importa mais.
Acontece que, um dia desses comuns, sem mais nem menos, chegou com quatro
pedras e um punhado de pimenta na mão, jogou na minha cara sem o menor pudor.
Tudo bem, eu tive que fingir que não notei ou senti. Na verdade não gostei e
você sabe, por isso o fez. Deixei pra lá, não tinha a obrigação de nada. Porém
nossas atitudes regem reações, consequências; a sua foi o meu bloqueio, nojo e
sei mais lá o que dessas coisas bem desprezíveis.
Não devia, mas, de alguma forma, resquícios ainda afetam. Às vezes incomoda,
mas na maioria não faz diferença. Não para mim. Você sabe onde errou, quando,
quantas vezes. Já eu, não.
Hoje, especialmente, sei que sente falta das minhas palavras, mesmo que sejam poucas. Hoje,
sei que sente falta daquele que acreditava no seu potencial. Hoje, sei que
ainda espera um futuro melhor. Hoje, sei que prova a dor do contrário do
amor, vindo de quem se ama.
Quão boa é a indiferença? Por provar agora não tenho uma opinião formada, mas
não se acanhe, quando souber, relato.
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